quinta-feira, 23 de junho de 2011

SUBVERSÃO




de volta ao rio, minas não me sai da cabeça. rever RICARDO ALEIXO e MARCELO DOLABELA em cena não tem preço. um alento da invenção. um mais dada, punk rock. o outro, um mamulengo, cantor e dançarino. ambos trabalhando com projeções e distorções como manda o figurino atual. as vozes, às vezes sumidas, compensadas pela lancinante psicodelia áudio visual. ricardo dividiu palco e voz com sua filha, INÁ. e MARIANA, uma nova e boa poeta de lá. dolabela, dr. maleta, cada vez mais hermeto pascoal.
e ainda me aparece com sua risada magnética, LU TONELLI, poeta mineira de primeira, que lançará novo livro no CEP logo mais. conheci o reitor. disse q voltaria um dia como professor ou aluno. a UFMG é o melhor campus que já conheci.

além de rever amigos, fui convidado para o primeiro sarau do CONSOANTE, coletivo de poetas, alunos, possessos, subversivos. levei um panfleto e lancei lá: SUBVERSÃO, onde misturo reflexão e poesia em um trocinho à toa. desesseis folhinhas xerocadas. duas A4 dobradas em 4. um trocinho à toa. SUBVERSÃO. e principalmente, falei os textos. dois inéditos. pessoal gostou. preciso decorar e chegar à uma forma falada. essa minha função nesse mundo. SUBVERSÃO.
no encerramento com rick e dola na reitoria, poucos alunos. eles se sentiram excluídos de não estarem na programação do evento: poesia marginal e movimento estudantil. com razão. eles são os poetas militantes de agora. nossos herdeiros. mas a academia e sua mania do diálogo com a tradição, que não se quer diálogo, apenas tradição. mesmo que da luta política.

sempre do contra, acho que o passado só tem interesse se dialoga com o presente para modificá-lo segundo uma linha de pensamento e ação. senão é museu. feto no formol. o futuro, convidado, chega sempre atrasado. quando chega, traz sempre um presente. bom ou ruim. depende de quem ganha.

um livro está sendo feito na ufmg, sobre o movimento estudantil, coordenado pelo marcelo dolabela. espero que esse gigante no trato da palavra, cara que sabe como poucos, agitar a poesia pelos 4 cantos de bh, convoque a garotada pra conversar. eles são o presente da parada. e querem jogo. a exposição de cartazes, livros, revistas, fanzines dos anos 70/80, belíssima, no grande salão anexo ao teatro, merecia visitas guiadas por ANA CAETANO (curadora do SENTIMENTOS DO MUNDO e exemplo maior de que se pode misturar passado e presente, sistema e transformação, política e poesia. ave, ana !) marcelo dolabela e outros que viveram aquilo com uma paixão desmedida, nossa herança mais verdadeira para as gerações que já estão aí. três-vez-salve CONSOANTE, jullie, amanda, tavos, karol, novas vozes, novas falas, novos ossos, novos vôos, novos ovos nesse chão. pra vocês, minha subversão. 



3 comentários:

  1. É Chacal, tenha certeza que este belo horizonte de nossas minas gerais estarão sempre bem Consonantes com toda essa marginália malandra dos lados aí.

    Já devidamente apadrinhados, estamos todos no aguardo de sua próxima visita!

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  2. Consonante Consoante
    Con-sô-ante
    Ante
    o Adiante
    Avante, avante!

    (que o tempo já teve esperas demais e começos de menos. comecemos todos. o hiato já se arrasta, preguiçoso, através de tanta rua. aniquilaremos, pois, sorrateiros, antes que a noite acabe)



    Um grande abraço,

    Jullie

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  3. "sempre do contra, acho que o passado só tem interesse se dialoga com o presente para modificá-lo segundo uma linha de pensamento e ação. senão é museu. feto no formol."

    Tô contigo.

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