sábado, 5 de março de 2011

de uma amiga gaúcha




Chacal

Acabei de ler teu livro, não resisti, preciso te falar...
Prometo não encher muito teu saco.
Caramba, vc é mais louco do que eu pensava. Aliás, tu é prenhe d loucura!
E é justamente isso que dá  uma atmosfera lírica, poética, sei lá, encantadora e sedutora ao poetVocê falou sobre chatear o leitor com um texto carregado d vivência pessoal,
a questão não é essa, mas sim a pergunta a se fazer é quem está hoje disposto a ouvir?
Este é um tempo não da escuta, mas d tolas vaidades, egos dilatados e falatórios autorreferentes.
Porém quando te escuto, escuto um tempo...
O que é muito distinto d se ouvir narrativas megalomaníacas e narcísicas.
Também escuto POESIA, palavra solta, verso livre e louco.
Ainda bem que vc deixou de incendiar ratos para o fazer com as palavras. Duas vezes uffa! Por eles e pela poesia. Rss

Um lance muito bacana no teu livro são as histórias que remetem a outros malucos, tipo a colossal mijada d Tavinho,
creio que nem Duchamp teria coragem para tanto.
Outra coisa legal é o diálogo que estabelece com esses caras  e  o olhar deles sobre a coisa dita
e tbm a sacada d mesclar o texto biográfico com o poético d cada período.
Não posso deixar d falar da forma honesta como t desnuda, mostrando teus fracassos e medos. Isso é  muito massa.
Mais massa ainda é ver um cara da nova geração dizendo q o cep é como um recreio de três horas q nunca tivemos na infância...
Cara, só isso já valeria todo teu esforço em nome da poesia,
mas não bastasse, vem um garoto e diz q a avó bordava teus poemas em pano de prato. Puta q pariu!
Agora, t juro, há tempos não via uma imagem poética q me pegasse tanto:“está tudo sargaço.” Isso é LINDO! 
E esta sonoridade perfeita:”o circo está aí. voando, voando, como uma gaivota no arpoador.”
Tá, chega de rasgação e encheção d saco. Teria um monte d coisas p t falar, mas coloco freio na pena. Só mais um negócio: você um FOLIÃO? Para, não dá p ligar o poeta ao folião, t juro. rs. 
Tu é mesmo uma figura estranha  e isso q t deixa assim lindo.
Vc é um paradoxo ambulante: um ser gregário, aglutinador e tbm  caramujo e casmurro, como diz.
Pensando bem, paradoxo é pouco, você, Chacal, é um oxímoro de duas patas e q faz poesia.
Já t curtia, agora t carrego em mim...
Abraços vários e perdão pela prolixidade, é q me entusiamei. Puts, desculpa aí.

Claudia

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