quinta-feira, 14 de julho de 2011

DA MÃO PRA BOCA



vivemos da mão pra boca. sem crítica, sem juízo, sem noção. produzimos um monte de merda e somos obrigados a consumi-la. podemos escolher entre um gol vermelho, uma tv de tela plana, um celular americano ou chinês, um livro ou um cd, um desktop ou um laptop, um ou outro jornal ou revista. só não podemos escolher entre consumir ou não. produzimos então temos que consumir. e haja barulho pra isso. pesquisas caras e sofisticadas para convencer o otário a comprar o q não precisa. o que não quis produzir e não quer consumir. e tome empréstimo, endividamento, dor e violência.

nada contra o consumo. consumimos o ar, a água, o calor e o amor do outro. e também somos consumidos. a vida é troca. compra e venda. intercâmbio. o diabo é ter que comprar o que não queremos, nem precisamos. só para se adequar, se adaptar a um sistema que vende a moda, o status, a competição a juros altos.

alguns movimentos tentaram se rebelar. o hippie foi um deles. volta ao campo. plantar, colher. fazer seu próprio pão. viver do refugo da sociedade industrial. essa, ameaçada, voltou a valorizar seus fundamentos: competição, propriedade e consumo. e desconstruir na mídia, seus oponentes. e tome riponga, natureba, bicho grilo. mas a consciência ecológica veio pra ficar. a luta é boa. depende dela mais alguns anos de vida para o planeta e um pouco de sorriso para o nosso corpo. com a benção de jorge, que venha o dragão !

sexta-feira, 1 de julho de 2011

leitura e livro




Salim anda bufando. Difícil colar código de barra em bits. Impossível embalar bytes e vender na rua da alfândega. A poderosa indústria do disco foi pro espaço. A do livro, esperneia, bufa, berra mas vai pelo mesmo caminho. Salim anda bufando. 
Ontem no Encontro Municipal de Livro e Leitura, a representante das editoras fez seu papel. Numa sala com umas 40, 50 pessoas no Calouste Gulbekiam, ela pediu o adiamento do encontro dizendo que ali não estavam representantes de livreiros, distribuidores, etc, etc. isto é, gente que interessa, que faz movimentar a cadeia produtiva do livro. Gente que faz a economia da cultura rodar. Não importa que ali estivessem professores, animadores culturais, pessoas de teatro, contadores de história e até um poeta. Isso não conta. Não compra, não vende. Isso não é gente. O que importa são as editoras e seu séquito e o poder público para as costumeiras transfusões de dinheiro do público para o privado. Assim reza a cartilha do livre mercado: o poder público deve financiar quaquer empresa a perigo.
As representantes do secretaria de cultura e da educação mantiveram a proposta de se formar grupos de trabalho. Sim, ali estavam as pessoas interessadas em que a leitura do mundo chegassem aos alunos da rede pública e às pessoas em geral. Aquelas pessoas que convivem no dia a dia das crianças, sejam embalando com suas histórias e versos, seja cuidando da educação formal. O poder público tomou posição. O poder público mostrou ao que veio: pensar na educação e na cultura de todos e não mais em conchavar com o mundo do negócio. Salim anda bufando.